quarta-feira, 23 de maio de 2018

Pesquisa mostra que 80% dos universitários não sabem o que farão profissionalmente



Foto: Rochele Zandavalli/UFRGS


Oito em dez universitários brasileiros não sabem o que fazer profissionalmente, como se capacitar para o mercado nem se sentem preparados para uma entrevista de emprego. Em contrapartida, os processos de seleção de empresas deixam de preencher vagas ou baixam a exigência por não encontrar nos jovens as habilidades necessárias, como comunicação, conexões e liderança.

Os dados foram levantados por uma  pesquisa com mais de 1,5 mil jovens universitários de instituições públicas e privadas em todo o país pelo CMOV, plataforma online especializada em Recursos Humanos.

Fonte: Epoca




segunda-feira, 21 de maio de 2018

Congresso avilta vontade popular, diz Picler

A democracia brasileira, consagrada na Constituição de 1988, vem sendo aviltada por políticos que deixaram de respeitar a vontade da população, disse neste sábado, 12, o professor Wilson Picler durante debate sobre soberania popular em Curitiba. "O voto é sagrado em uma democracia e representa a vontade da maioria que escolheu representantes, que não foram eleitos para fazer essa roubalheira que temos visto", completou o presidente da Uninter. 



No atual momento, a maioria dos integrantes do Congresso Nacional, conjunto de senadores e deputados federais, precisa entender que perdeu a admiração do povo. "Perderam o apoio do povo e na democracia o poder emana do povo e o povo agora quer que prendam os corruptos", afirmou Picler. 

"O povo não quer a procrastinação, protelação até para prescrever as penas", avaliou. Picler disse que o ideal será a convocação de um plebiscito, uma consulta em que a população possa expressar a vontade e opinião sobre os políticos que estão respondendo processos por corrupção. "É instrumento da Constituição e por que não fazem um plebiscito, que seria um sufrágio universal?", questiona.

Democracia - A Constituição de 1988, segundo Picler, deixa claro que a democracia é o respeito à vontade popular. "Sou democrata na sua mais pura expressão da palavra. Para mim vale a vontade soberana do povo". 

O presidente da Uninter ressaltou o que está preconizado no primeiro artigo da Constituição. O artigo diz que a República Federativa do Brasil é formada pelos estados e municípios e distrito federal e constitui-se no estado democrático de direito. "Tem fundamento. O que é um estado democrático de direito? É um estado onde o direito emana da vontade do povo, é o poder do povo", ressaltou. 

Picler lembrou que, logo apos a restauração do regime democrático, a população elegeu através do voto direito seus representantes que formaram a Assembleia Constituinte e foram responsáveis por escrever o estatuto maior do Brasil. "O que se discute agora é que, se após aprovado o estatuto, o povo perdeu este poder que deu na mão dos deputados e senadores e encerrou a conversa".

Aviltamento - "É aí que reside o problema", disse Picler ao analisar que hoje o Congresso Nacional está mais voltado ao aviltamento da vontade da população. A Constituição de 1988 fala ainda em soberania, cidadania e livre arbítrio. "Todo poder emana ou não emana do povo?", indagou. 

"Emana do povo, que é quem tem o poder de eleger seus representantes diretos", disse. Picler reforçou ainda que muitos dos ditos representantes do povo, aqueles previstos na Constituição de 1988, deixaram de ler e colocar em prática o previsto em primeiro artigo. "Nestes termos, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, mas o que temos visto é uma prática contrária ao interesse da democracia e soberania popular".

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A internet melhorou ou piorou nosso mundo?

Por Wilson Picler

Faço parte da última geração de pessoas que viveu em um mundo sem internet. Mas não pensem que sou nostálgico, daqueles que suspiram de saudades por um mundo que não existe mais. Não me entendam mal, valorizo muito a importância das experiências que vivemos como tijolos que esculpiram as pessoas que somos no momento presente. Porém, há momentos na vida em que é preciso mirar para o alto e avante, como diria aquele super-herói dos gibis, e não podemos nos apegar demais ao passado. 

A internet, por exemplo. Tornou-se lugar comum dizer que a internet está tornando as pessoas mais dispersas, superficiais, egocêntricas. Não estranho estas opiniões, uma vez que cada geração costuma afirmar, de forma afirmativamente categórica, que “na sua época” o mundo era melhor. 

Mas, quando lembro que testemunhei tempos em que pessoas faziam filas em frente a orelhões para falarem ao telefone com parentes, motoristas levam guias de ruas, com centenas de páginas de mapas de uma cidade para acharem determinado lugar, e jovens passavam o dia ouvindo rádios FM, esperando até que sua música favorita começasse a tocar a fim de gravá-la em fita-cassete (torcendo para que o locutor não tagarelasse antes que a canção acabasse ou para que não soltasse a vinheta da rádio no meio do refrão), penso duas vezes antes de criticar estes tempos online. 

Dentro de todo este contexto, é claro que não posso deixar de citar minha querida Uninter, da qual tanto me orgulho. Graças às mais avançadas tecnologias da atualidade, propiciamos educação a distância, da mais alta qualidade, para milhares de alunos. Dentre eles, pessoas que possuem dificuldade em se deslocarem nos grandes centros urbanos cada vez mais congestionados, ou estudantes que precisam conciliar o tempo de estudos com vida profissionais agitadas, e que sem as modalidades de EAD teriam muito mais dificuldade para complementarem seus estudos. Como elas fariam sem internet? 

Sim, é claro que sei que nem tudo são flores. Se, por um lado, a educação à distância é a solução ideal para quem tem menos tempo para frequentar cursos presenciais, por outro lado perdem a oportunidade de conviverem mais com professores e os vínculos afetivos que se estabelecem com a “turminha do fundão” e os colegas com quem dividimos apontamentos a lápis ou uma cerveja após o fim das aulas. 

Mas, assim como a Uninter oferece dezenas de cursos de graduação presencial e semipresencial, creio que é perfeitamente possível unir o melhor de dois mundos. Aos que dizem que internet é perda de tempo para quem vive postando selfies, entretendo-se com games e memes ou brigando em redes sociais, é possível contrapor esses exemplos citando as pessoas que estão aproveitando o fato de que o universo online é a maior sala de aula dos nossos tempos, vide as milhares de pessoas que estão se dedicando a cursos online, compartilhando ideias e conhecimentos, fazendo novos amigos e dedicando-se às novas profissões destes tempos, seja com e-commerce, redes sociais ou desenvolvimento de novos aplicativos. 

A internet certamente representa uma revolução no modo como vivemos. Trouxe mudanças inevitáveis em nossa vida, e cabe a nós encararmos estes desafios da melhor forma possível, através da busca de aperfeiçoamento pessoal e novos conhecimentos. Afinal, é só assim que seremos capazes de construir os alicerces que sustentarão os nossos castelos de sonho. 

Wilson Picler, professor, físico, presidente da Uninter Educacional

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Contas públicas podem deixar país ingovernável, diz secretário da Previdência



Para o secretário de Previdência Social, Marcelo Caetano, a questão previdenciária terá de ser inevitavelmente encarada pelo futuro presidente da República. Se negar a existência do problema, afirma, o vencedor das eleições corre risco de enfrentar uma situação de ingovernabilidade diante da gravidade das contas públicas. 

O gasto com benefícios já representa mais da metade das despesas primárias da União (que não contabilizam os gastos com juros) e reduzem a margem do governo para investir e aplicar em áreas prioritárias como Saúde e Educação. 

A despesa da União com pagamentos dos setores público e privado e dos Benefícios de Prestação Continuada (BPC), pagos a idosos e deficientes de baixa renda, alcança 57,3% dos gastos totais. Do orçamento de 2018, de R$ 1,45 trilhão, as despesas com Previdência consomem R$ 596,2 bilhões.

 — O gasto é crescente tanto em relação ao histórico quanto à perspectiva de evolução, diante do rápido processo de envelhecimento da população — afirma Caetano. 

Segundo ele, a reforma enviada pelo presidente Michel Temer ao Congresso, apesar da sua abrangência ao alterar regras de aposentadoria dos trabalhadores do setor privado e dos servidores públicos, tem prazo de validade de dez anos. Outras mudanças serão necessárias depois desse prazo. A proposta previa inicialmente uma economia de R$ 793 bilhões só com o regime do INSS. Mas, com as concessões no texto final que o governo, pressionado, acabou fazendo, o impacto baixou para R$ 500 bilhões. No setor público, a economia subiu de R$ 61,9 bilhões para R$ 88,1 bilhões, apesar de não contemplar a previdência dos militares. 

Para facilitar a aprovação da proposta, o governo retirou da reforma trabalhadores rurais e os benefícios assistenciais. Também flexibilizou as regras para professores e policiais federais, que têm aposentadorias especiais, e aceitou idades mínimas diferentes para homens (65 anos) e mulheres (62 anos). 

Em maio de 2017, o texto estava pronto para ir ao plenário da Câmara, mas a divulgação da gravação de Temer por Joesley Batista enterrou a reforma. 

Fonte: O Globo

Popular e de difícil controle, WhatsApp mira notícias falsas em ano eleitoral

O WhatsApp armou uma estratégia em três frentes para se contrapor às notícias falsas no ano eleitoral, no Brasil. O aplicativo de mensagens, que pertence ao Facebook e se assemelha a uma rede social pela propagação de informações por meio de grupos, passou dos 120 milhões de usuários no Brasil e agora é visto como a maior ameaça na geração de desinformação política.

Pelo que a Folha apurou, a plataforma vai buscar um primeiro grupo de ações voltadas aos usuários, estimulando-os a reportar casos de conteúdo indesejado e a bloqueá-los. Prevê também modificar sua própria ferramenta para evidenciar quando a mensagem é uma retransmissão, como acontece com e-mails. 

Alunos do 9º ano do colegio Magister assistem a aula sobre fake news - Zé Carlos Barretta/Folhapress

Na segunda frente, o WhatsApp recorrerá a mecanismos que já tem para detectar spam via metadados, sinais como a transmissão de número inusitadamente alto de mensagens, que servirão de base para identificar eventuais fontes de conteúdo malicioso. 

Na terceira, a plataforma —sediada nos EUA e sem representação formal no Brasil— busca maior proximidade com a Justiça Eleitoral e outros órgãos públicos, visando responder mais prontamente a ordens “válidas” que apontem tentativas de manipulação eleitoral e disseminação de notícias falsas. 

A integração das frentes permitirá ao WhatsApp, sobretudo nos momentos críticos do processo eleitoral, bloquear usuários mal-intencionados. 

Diferentemente de Facebook e outras redes, as mensagens no aplicativo são criptografadas, codificadas, impedindo o acesso ao conteúdo por terceiros, inclusive a própria plataforma. Ações indiretas foram a saída do WhatsApp para responder aos questionamentos crescentes de que estimula “fake news”. 

Ouvido sobre o projeto da plataforma para as eleições brasileiras, o jornalista Edgard Matsuki, cujo site de checagem Boatos.org se dedica desde 2016 às notícias propagadas no WhatsApp, avalia que ele “tende a minimizar um problema que está tendo atenção muito grande”, mas o foco deve ser no usuário. 

“É importante pensar para além das plataformas”, diz. “Se as próprias pessoas não tiverem consciência de que compartilhar notícia falsa é nocivo, que boatos têm uma gravidade na internet, não adianta WhatsApp, Facebook, YouTube tomarem essas medidas.” 

Ele vê na primeira frente de ação, com o estímulo às denúncias pelos usuários, o caminho mais promissor. Pablo Ortellado, professor da USP e colunista da Folha, é ainda menos otimista, avaliando que muito do que o WhatsApp pretende “é para dizer que está fazendo alguma coisa, é enxugar gelo”. 

Ele acredita que as ações da plataforma vão se concentrar em combater “aquela coisa de comprar uma base [de usuários] na Santa Ifigênia [centro comercial de eletrônicos em SP] e jogar spam para todo mundo. Vão tentar ver quando um cara está mandando para centenas e interrompê-lo”. Mas isso é só parte do problema. “Os boatos políticos têm a maneira mais insidiosa, do ator malicioso que está semeando em diversos grupos, numa dinâmica muito lenta, de deixar a coisa correr sozinha”, diz. 

Contra isso, a estratégia do WhatsApp teria pouco ou nenhum efeito.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

País precisa recuperar empregos, diz Picler



O professor Wilson Picler, presidente da Uninter Educacional, voltou a defender nesta segunda-feira, 14, medidas e ações que retomem a criação de empregos e acabem com a crescente precarização das condições de trabalho no País. “Este momento exige a união de empresários e trabalhadores, porque o que está em jogo é um bem muito precioso, o trabalho”, disse Picler, na sessão sobre o dia do trabalho na Câmara de Vereadores de Paranaguá. “O país precisa recuperar os empregos, que é o que traz dignidade para cada um de nós”, ressaltou.

Picler afirmou que 13,1% do PIB (somatória de toda produção do país) é destinado ao funcionalismo público do Brasil. “Então vemos, que a grande força de trabalho desse país, mais de 86,9%, vem da iniciativa privada, ou seja, das empresas”, detalhou. O presidente da Uninter reafirmou a urgência em buscar um novo momento para o Brasil através de acordos entre trabalhadores e representantes do setor produtivo. 

 “Juntos, empregados e empregadores, empresa e trabalhadores, podemos desenvolver esse país, preservar os empregos já existentes e abrir mais postos de trabalho aos 14 milhões de brasileiros que estão desempregados” 

Mercado globalizado – “É o momento em que temos que nos unir. As empresas brasileiras já geram empregos, oportunidades e, num mundo competitivo com China e Ásia numa crescente, não há mais espaço para se falar em altos lucros”, frisou. A empresa brasileira, segundo Picler, tem baixíssima competitividade e tem que se reposicionar diante desse mercado cada vez mais globalizado e com baixo custo de produção. “O que acontece hoje no Brasil é que as empresas estão fechando pela alta carga de impostos e abrindo suas portas em outros países”, disse. “Temos que pensar num Brasil junto com o trabalhador porque o que está em jogo são as condições de trabalho.

Não podemos mais permitir e achar normal que as empresas fechem suas portas no Brasil para se estabelecerem em outro país, como o Paraguai, por exemplo, que tem levado empresas em grande número. Temos que juntos, empresas e trabalhadores, lutar nesse mundo globalizado e encontrar soluções rapidamente. O Brasil não pode mais esperar”, completou.

'Não houve e não há sinais de ruptura democrática no Brasil', diz Moro em Nova York

(foto: arquivo/google)
Dúvidas sobre o que teria levado o juiz Sérgio Moro a aceitar o prêmio Person of the Year, oferecido há 48 anos pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (tradicionalmente dado a personagens destacadas da iniciativa privada brasileira e americana), terminaram depois que o magistrado discursou no jantar de gala em sua homenagem, nesta terça-feira, 15, em Nova York. As informações são de Sonia Racy e Ricardo Leopoldo no Estadão.

Quando recebi o convite, pensei se deveria aceitar. Não sei se um juiz deve chamar este tipo de atenção. Judiciário e juízes devem atuar com modéstia, de maneira cuidadosa e humilde, ponderou Moro diante de uma plateia de mais de mil pessoas, entre empresários e banqueiros. Mas, segundo o juiz, pesou o fato de que receberia o prêmio da iniciativa privada e em reconhecimento ao trabalho de tantas outras pessoas que, segundo ele, atuam no combate à corrupção no Brasil. 

“Entendi que tinha um sentido importante. Presumo que este prêmio significa que o setor privado, em geral, apoia o movimento anticorrupção brasileiro e isso, com certeza, faz uma grande diferença."

Para o magistrado, a iniciativa privada não precisa esperar uma mudança de comportamento de quem está no poder. “Você simplesmente diz não à tentativa de achaque. É claro que muitas vezes é extorsão mesmo, mas, ocasionalmente, é só um acordo criminal", afirmou. Não há ganhos, na opinião de Moro, ao "se render à corrupção". “Todos nós queremos um governo limpo, um mercado limpo”, observou.Moro disse não ver "risco" para a democracia brasileira e afirmou que os Estados Unidos podem apostar no Brasil. "Apesar de dois impeachments presidenciais e um ex-presidente preso, não houve e não há sinais de ruptura democrática", afirmou, em referência a Fernando Collor, Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. 

O magistrado destacou o fato de executivos de grandes empreiteiras, da Petrobrás e políticos terem sido julgados e presos no Brasil, o que, segundo ele, indica duas percepções. Por um lado, afirmou, o País não ter conseguido impedir “o mal uso do poder para ganhos privados” por causar certa vergonha; por outro, no entanto, o avanço das investigações deve ser motivo de orgulho. “Nada de baixar a cabeça, o futuro só pode ser visto olhando acima o horizonte. E então você precisa elevar sua visão."Um grupo chegou a protestar contra Moro na entrada no Museu de História Natural, onde foi realizada a cerimônia, que também homenageou o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg. No seu discurso, o ex-prefeito João Doria, premiado de 2017, criticou a manifestação.

Fonte: Estadão

segunda-feira, 14 de maio de 2018

A desídia do Congresso



Parlamentares estão muito aquém do que o cargo exige. Entretidos com seus interesses, mostram-se incapazes de detectar agressões ao interesse público



Com crescente sem-cerimônia, o Poder Judiciário vem invadindo a seara de outros Poderes, especialmente a do Legislativo. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o art. 102 da Constituição era amplo demais, e alterou o alcance do foro por prerrogativa de função conferido aos parlamentares. Mais do que uma decisão judicial, os ministros do Supremo pareciam votar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o que é competência do Legislativo, e não do Judiciário.

Diante desse abuso institucional, é muito estranha a passividade do Congresso, como se essa confusão de funções não lhe dissesse respeito. A respeito do julgamento do STF sobre o foro privilegiado, por exemplo, viu-se apenas reação pontual e efêmera de alguns parlamentares, que ameaçaram modificar as competências de foro previstas para os membros do Poder Judiciário. Incapazes de enxergar o real alcance do problema, trataram o assunto como comezinha questão.

Quando o Poder Judiciário invade a esfera de atuação do Poder Legislativo, há uma usurpação das prerrogativas dos parlamentares, com sérios efeitos sobre o bom funcionamento de um Estado Democrático de Direito. Quem não recebeu voto popular não tem direito de legislar nem competência para isso, assunto próprio do Legislativo, cujos membros são eleitos pelo voto popular para essa finalidade. Trata-se de um princípio fundamental. Caso contrário, o povo se veria privado de seu direito de determinar os rumos do País.

Não pode haver exceções a essa regra. “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”, diz taxativamente a Carta Magna, em seu art. 1.º, parágrafo único.

É o Congresso, por ter recebido o voto popular, que deve dirimir as questões políticas nacionais. São os representantes escolhidos pelo eleitor que devem estudar e aprovar eventuais mudanças na Constituição e nas leis. E, obviamente, os parlamentares não têm o direito de dispor das prerrogativas do Congresso. Senadores e deputados não são proprietários do Legislativo e, portanto, no final de seus mandatos devem entregar os cargos com as mesmas prerrogativas e funções que receberam. É dever do cargo parlamentar assegurar o respeito à Constituição.

Nesse sentido, o princípio da separação dos Poderes é inegociável. O Executivo não pode usurpar as funções do Congresso. Basta ver as restrições aplicáveis às medidas provisórias, que necessariamente devem passar pelo controle do Legislativo. Como é natural, haveria uma pronta reação do Congresso se o Palácio do Planalto, por absurdo, baixasse um decreto modificando a Constituição.

No entanto, quando as agressões à Constituição e ao ordenamento jurídico partem do Judiciário não se vê uma resposta à altura do Congresso. A impressão é de que o abuso por parte da Justiça é tido como coisa menor. Seria uma consequência forçosa do sistema, sem solução.

Tal visão institucional é profundamente equivocada. Na República, não existe poder sem controle. Todos, também as autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, devem respeitar a Constituição. E quando alguém passa dos limites, é preciso que os outros Poderes estejam atentos para a indispensável reação, dentro, como é natural, dos caminhos institucionais previstos. O que não se pode admitir é a omissão perante assunto de tão grandes consequências para o País.

Essa inacreditável desídia do Legislativo em defender suas prerrogativas evidencia, uma vez mais, a qualidade da atual composição do Congresso. Em regra, os parlamentares estão muito aquém do que o cargo exige. Entretidos com seus interesses, mostram-se incapazes de detectar as agressões que o interesse público sofre.

A República é o regime da responsabilidade. Sem exceções, deve-se exigir responsabilidade do Judiciário, do Legislativo e do Executivo. Da mesma forma, também o cidadão deve ser responsável com o seu voto, não pondo no Congresso quem não defende o próprio Congresso.

Fonte: Estadão

sábado, 12 de maio de 2018

Vídeo em homenagem ao Dia das Mães da Polícia Militar faz sucesso na internet

Um vídeo bem divertido foi divulgado nesta quinta-feira (10) pelo departamento de comunicação social da Polícia Militar. Na gravação, diversas mães aparecem ajudando e zelando por seus filhos, bem do jeitinho que a maioria das mães faz. De repente o vídeo mostra os policiais vestindo suas fardas e saindo para o trabalho, não sem antes ouvirem o conselho da mamãe. As informações são da Tribuna do Parana.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Facebook anuncia programa contra 'fake news' no ano eleitoral


A seis meses das eleições, o Facebook anunciou que iniciará na próxima semana, no Brasil, um programa de verificação de notícias em parceria com as agências de checagem Lupa e Aos Fatos. As informações são da Folha de S. Paulo.

Segundo a plataforma, os dois serviços, ligados à International Fact-Checking Network (IFCN), rede de checadores organizada pelo instituto Poynter (EUA), terão acesso às notícias denunciadas como falsas pelos usuários.

Aquelas que as agências confirmarem como falsas "terão sua distribuição orgânica reduzida de forma significativa", não podendo mais ser impulsionadas, diz o Facebook.

E "páginas que repetidamente compartilharem notícias falsas terão todo o seu alcance diminuído", não podendo mais comprar anúncio para aumentar suas audiências.

Nos EUA, segundo a plataforma, um programa semelhante teria reduzido "em até 80%" a distribuição daquelas notícias confirmadas como falsas pelos checadores.

Responsável no Facebook por parcerias com veículos de mídia latino-americanos, Cláudia Gurfinkel afirma que o programa "é mais um passo" nos esforços da plataforma para combater "fake news".

Cristina Tardáguila, diretora da Agência Lupa afirma ter entrado no programa "acreditando fortemente no impacto que ele terá, ainda mais num ano eleitoral
".

Fonte: Estadão